09/03/2012
O dia depois de ontem
Eis que resolvo me pronunciar a respeito do Dia Internacional da Mulher, com um atraso proposital fazendo um convite à reflexão num dia comum. Eu sei que o dia 8 de março carrega uma história importante e que muitas mulheres já sofreram forte repressão pra que hoje recebêssemos rosas vermelhas até de um ambulante na rua. Que clima legal, recebo o reconhecimento por uma história de opressão que não vivi, mas a anatomia me dotou de algo especial que é digno de tal agrado. Então tá, fico grata de verdade. Homens, vocês são uns fofos quando não são ogros.
Analisemos os fatos então. Sei que o preconceito ainda existe e que muitas de nós enfrentam rotinas extremamente desgastantes sem o menor reconhecimento (acostumem-se meninas, é mais fácil o mundo te dar uma banda quando você ameaçar tropeçar do que tapinha nas costas quando você fizer algo legal, mas fiquem firmes, isso acontece não por sermos mulheres, mas por sermos seres humanos.)
Pesquisas demonstram que 77% dos lares são administrados por mulheres, nós não somos as mais econômicas, fato, mas 'ao que parece' sabemos fazer a coisa dar certo. Estatísticas mostram que não somos assim tão imprudentes ao volante: http://goo.gl/ZgtT8. Tem um zilhão de pesquisas dizendo que quanto maior o grau de instrução da mulher, maiores as chances de viver sozinha e que as mulheres da atualidade estão se "adaptando" a nova realidade: a solidão. Nossa, se mata com a faca da cozinha então... Eu não acredito muito em dados genéricos, porque gosto mais de crer que cada ser humano carrega um potencial imenso de transformar-se constantemente, o que resulta numa diferença vital pra que não nos tornemos robôs ou qualquer coisa do tipo.
Hoje é dia 9 e provavelmente as pessoas não lembram mais de todas as declarações feitas ontem, o que é mais importante, entretanto, é que nos valorizemos todos os dias não só como pessoas do gênero feminino, mas principalmente enquanto 'pessoas'. Vivemos em um caos onde os valores se confundem tanto, as mulheres se mostram tão meninas nessa briga de "preciso provar pro mundo que sou superior ao homem", se submetendo a cada coisa por aí. Gente, a graça existe na diferença, que mania de querer ser igual. O que eu vejo são meninas piriguetando precocemente, outras 'senhorinhas' bancando as menininhas de 15 e no meio disso tudo, penso que a data comemorativa já passou e com ele parece que esquecemos do quanto somos especiais.
Desejo nesse dia ordinário e (até onde eu sei nada comemorativo internacionalmente) que lutemos com a mesma força das que vieram antes de nós pelo direito de voto, pelo direito a usar um jeans apertado sem medo, ou biquine... Pelo direito de decidir o que queremos da vida! Em nome delas, peço solenemente que exerçamos esse direito como um dever, como verdadeiras senhoras do nosso destino. Vivemos pra dizer que não dependemos de homens pra sermos felizes, mas saímos pro aí fazendo coisas que só demonstram uma incapacidade de conduzir a própria história, transformando qualquer demonstração de sentimento em fraqueza que no fim das contas resulta em uma carência absurda e infundada.
Que sejamos meninas, mulheres, garotas, e o que mais der vontade, mas por favor só peço que não sejamos crianças. Feliz Dia Internacional da Mulher.
Analisemos os fatos então. Sei que o preconceito ainda existe e que muitas de nós enfrentam rotinas extremamente desgastantes sem o menor reconhecimento (acostumem-se meninas, é mais fácil o mundo te dar uma banda quando você ameaçar tropeçar do que tapinha nas costas quando você fizer algo legal, mas fiquem firmes, isso acontece não por sermos mulheres, mas por sermos seres humanos.)
Pesquisas demonstram que 77% dos lares são administrados por mulheres, nós não somos as mais econômicas, fato, mas 'ao que parece' sabemos fazer a coisa dar certo. Estatísticas mostram que não somos assim tão imprudentes ao volante: http://goo.gl/ZgtT8. Tem um zilhão de pesquisas dizendo que quanto maior o grau de instrução da mulher, maiores as chances de viver sozinha e que as mulheres da atualidade estão se "adaptando" a nova realidade: a solidão. Nossa, se mata com a faca da cozinha então... Eu não acredito muito em dados genéricos, porque gosto mais de crer que cada ser humano carrega um potencial imenso de transformar-se constantemente, o que resulta numa diferença vital pra que não nos tornemos robôs ou qualquer coisa do tipo.
Hoje é dia 9 e provavelmente as pessoas não lembram mais de todas as declarações feitas ontem, o que é mais importante, entretanto, é que nos valorizemos todos os dias não só como pessoas do gênero feminino, mas principalmente enquanto 'pessoas'. Vivemos em um caos onde os valores se confundem tanto, as mulheres se mostram tão meninas nessa briga de "preciso provar pro mundo que sou superior ao homem", se submetendo a cada coisa por aí. Gente, a graça existe na diferença, que mania de querer ser igual. O que eu vejo são meninas piriguetando precocemente, outras 'senhorinhas' bancando as menininhas de 15 e no meio disso tudo, penso que a data comemorativa já passou e com ele parece que esquecemos do quanto somos especiais.
Desejo nesse dia ordinário e (até onde eu sei nada comemorativo internacionalmente) que lutemos com a mesma força das que vieram antes de nós pelo direito de voto, pelo direito a usar um jeans apertado sem medo, ou biquine... Pelo direito de decidir o que queremos da vida! Em nome delas, peço solenemente que exerçamos esse direito como um dever, como verdadeiras senhoras do nosso destino. Vivemos pra dizer que não dependemos de homens pra sermos felizes, mas saímos pro aí fazendo coisas que só demonstram uma incapacidade de conduzir a própria história, transformando qualquer demonstração de sentimento em fraqueza que no fim das contas resulta em uma carência absurda e infundada.
Que sejamos meninas, mulheres, garotas, e o que mais der vontade, mas por favor só peço que não sejamos crianças. Feliz Dia Internacional da Mulher.
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02/03/2012
Sou dessas
Não sei direito o que tá acontecendo, mas parece que todos os 7 bilhões de habitantes desse planeta resolveram implicar com a minha indecisão cotidiana. Assumo meus defeitos, não nego, melhoro quando der e realmente quiser. Assumo que essa fraqueza me incomoda às vezes e me faz demorar mais que a maioria pra comprar uma blusa ou um doce na padaria. Tá, mas daí me acusarem de sofrer de algo altamente prejudicial a minha felicidade... Calma aí, gente, acho legal vocês não ficarem em dúvida nunca, mas estão pecando por exagero na hora de me avaliar.
Acho muito legal perceber que tem tanta gente preocupada com a minha felicidade, mas por favor, não me recriminem tanto. Tô tão feliz, quando der eu paro pra pensar nesses ajustes que preciso fazer em mim mesma, ou uso esse tempo pra fazer rapel... ou pra aprender a surfar? Ah... na hora eu decido.
A verdade é que eu não gosto da ideia de escolher mal, mesmo sabendo que viver é sempre válido. Sei também que não sou indecisa em todos os campos da minha vida, se assim fosse seria incapaz de amarrar meu próprio sapato e não conseguiria pensar em um terço das coisas que escrevo aqui. O fato é que eu sou louca, pode mandar me internar, mas os normais são uns chatos.
Eu sou várias! Fico tonta com tantas mulheres dentro de mim, mas amo cada uma delas e minha felicidade está intimamente ligada a essa constatação. Se estivesse em um divã, me acusariam de personalidade múltipla, porque uma só é miserinha pra mim.
Tem a Rávellyn garotinha que às vezes se mete em cada furada por ser ingênua e inocente demais. Tem a Rávellyn mulherão, que quando aparece num furacão de autoconfiança faz o mundo tremer. Tem a Rávellyn mais introspectiva, que pensa demais na vida, esbarra em desconhecidos sem se dar conta por causa disso e deve ser a que escreve sempre no blog, mas que carrega o detalhe de ficar na dúvida na hora de comprar uma fatia de torta: morango com chocolate ao leite ou morango com brigadeiro e meio-amargo? Eis a questão.
Pra maioria das pessoas esses minutos que passo decidindo é tempo perdido, mas pra mim é o tempo que dedico pra fazer escolhas que podem tornar o meu dia mais feliz. Vai entender? Me sinto pior pegando a primeira coisa que vejo pela frente, parece que to fugindo da responsabilidade de escolher. Um suco de morango ao leite é melhor que o de laranja pra uma tarde entediante? Sei lá, mas saber que vou tomar AQUELE suco pode tornar essa tarde comum mais agradável.
Acredito que esse defeito não é assim tão prejudicial por uma única razão: eu tenho certeza a respeito de um monte de coisas. Sei muito bem quem eu sou, embora também saiba que mudo o tempo todo e isso significa morrer tentando me entender. Posso ficar em dúvida sobre o que comer, o que vestir, qual maquiagem usar, mas me conheço o suficiente pra saber que na hora que a coisa aperta e preciso saber como agir, aparece uma Rávellyn surpreendente, eu gosto bastante dessa, não desmerecendo as outras, mas é justamente o seu fator "Imprevisibilidade" que torna a minha vida mais excitante.
Amo muito cada uma das pessoas que tornam a minha vida mais feliz, mas amo acima de tudo essas garotas, molecas, mulheres, senhoras (porquê não?) que tornam a minha existência algo único pro mundo, principalmente o meu.
Acho muito legal perceber que tem tanta gente preocupada com a minha felicidade, mas por favor, não me recriminem tanto. Tô tão feliz, quando der eu paro pra pensar nesses ajustes que preciso fazer em mim mesma, ou uso esse tempo pra fazer rapel... ou pra aprender a surfar? Ah... na hora eu decido.
A verdade é que eu não gosto da ideia de escolher mal, mesmo sabendo que viver é sempre válido. Sei também que não sou indecisa em todos os campos da minha vida, se assim fosse seria incapaz de amarrar meu próprio sapato e não conseguiria pensar em um terço das coisas que escrevo aqui. O fato é que eu sou louca, pode mandar me internar, mas os normais são uns chatos.
Eu sou várias! Fico tonta com tantas mulheres dentro de mim, mas amo cada uma delas e minha felicidade está intimamente ligada a essa constatação. Se estivesse em um divã, me acusariam de personalidade múltipla, porque uma só é miserinha pra mim.
Tem a Rávellyn garotinha que às vezes se mete em cada furada por ser ingênua e inocente demais. Tem a Rávellyn mulherão, que quando aparece num furacão de autoconfiança faz o mundo tremer. Tem a Rávellyn mais introspectiva, que pensa demais na vida, esbarra em desconhecidos sem se dar conta por causa disso e deve ser a que escreve sempre no blog, mas que carrega o detalhe de ficar na dúvida na hora de comprar uma fatia de torta: morango com chocolate ao leite ou morango com brigadeiro e meio-amargo? Eis a questão.
Pra maioria das pessoas esses minutos que passo decidindo é tempo perdido, mas pra mim é o tempo que dedico pra fazer escolhas que podem tornar o meu dia mais feliz. Vai entender? Me sinto pior pegando a primeira coisa que vejo pela frente, parece que to fugindo da responsabilidade de escolher. Um suco de morango ao leite é melhor que o de laranja pra uma tarde entediante? Sei lá, mas saber que vou tomar AQUELE suco pode tornar essa tarde comum mais agradável.
Acredito que esse defeito não é assim tão prejudicial por uma única razão: eu tenho certeza a respeito de um monte de coisas. Sei muito bem quem eu sou, embora também saiba que mudo o tempo todo e isso significa morrer tentando me entender. Posso ficar em dúvida sobre o que comer, o que vestir, qual maquiagem usar, mas me conheço o suficiente pra saber que na hora que a coisa aperta e preciso saber como agir, aparece uma Rávellyn surpreendente, eu gosto bastante dessa, não desmerecendo as outras, mas é justamente o seu fator "Imprevisibilidade" que torna a minha vida mais excitante.
Amo muito cada uma das pessoas que tornam a minha vida mais feliz, mas amo acima de tudo essas garotas, molecas, mulheres, senhoras (porquê não?) que tornam a minha existência algo único pro mundo, principalmente o meu.
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