22/09/2011

"Penso, logo existo". Isso nunca fez tanto sentido pra mim


Admito que minha rotina tem sido intensa e me feito subtrair significativamente meu tempo dedicado às minhas paixões: cantar e escrever. Só não me sinto completamente absorvida pela correria por um único motivo: ainda penso.
E penso nas horas menos prováveis. Enquanto a maior parte das pessoas dormem, ouvem música ou fazem as duas coisas simultâneamente dentro de um ônibus cheio a caminho do trabalho ou na volta pra casa na tentativa de recuperar a noite de sono perdida com a menor porção de conforto e privacidade, eu simplesmente acordo. Sinto que minha visão do mundo se amplia enquanto a percepção se aguça.
Nessas horas em que conheço por completo o etinerário do lado de fora da janela, concentro-me em desbravar florestas, trilhar desertos e sobrevoar os abismos que existem dentro de mim. Desconhecidos que são aos meus olhos, percebo-me como pisando em um terreno nunca antes visitado e isso é transformador.
Vai dizer que você acha que se conhece? Você pode saber qual o seu prato preferido, se prefere chuva ou sol, o que quer ser daqui a cinco anos, mas duvido que se conheça por completo. Se ainda pensa assim é porque ainda não pegou um ônibus lotado ou uma praia deserta pra pensar em si mesmo. Pois eu, por vezes tenho a nítida sensação de que não importa quantas viagens eu faça em direção ao meu 'desconhecido', sempre restará em mim a faísca de que restará algo pra uma próxima oportunidade. Afinal, eu não preciso de todas as respostas, o que eu quero é ser feliz.

08/09/2011



2.0 e muita estrada pela frente

Duas décadas de existência. Tempo suficiente pra poder dizer que me conheço melhor que antes, carregando a esperança de poder repetir isso amanhã. Tempo suficiente pra dizer que conheço um pouco mais do mundo, já esse tipo de declaração carrega uma frustração camuflada, por perceber que preferia ter ainda do mundo e da vida a visão doce e pertubadoramente eufórica da infância. Mas de tudo que eu poderia dizer agora, algo tem ocupado um espaço especial nos meus pensamentos: meu nome. Rávellyn
Minha mãe sabia mesmo o que tava fazendo quando escolheu esse nome. Já desejei algumas vezes ser Carolina, Isabela, Gabriela, enfim qualquer nome que fosse fácil de falar e mais fácil ainda de escrever, mas me dei conta do quão marcante e imponente é o meu nome e digo mais, ele carrega minha personalidade. Só tendo muita personalidade mesmo pra repeti-lo pelo menos três vezes pros mais espertos e infinitas pros menos favorecidos ou esquecidos mesmo. E nas festas? Música alta e eu soletrando meu nome... cômico e verídico. Mas quer saber, eu amo ser Rávellyn, pasmem, mas eu não sou única e pasmem mais ainda, amo seu significado: Estrela Brilhante. Pra muitos eu posso ser só a menina tímida que senta no fundo da sala e que nem é lá muito popular, mas minha resposta é simples e direta: ser estrela é diferente de parecer ou convencer o mundo e a si mesmo disso.
Ser uma estrela brilhante é fazer a diferença por onde passa, não necessariamente brigando por cada minuto da atenção de todos, mas buscar marcar positivamente a vida das pessoas que conhece e ama. Ser estrela é simplesmente não se importar se seu brilho é notado, se seu calor é sentido, mas é em momento algum duvidar de sua absoluta essência. Ser Rávellyn é carregar em si uma dose do mistério do Universo que só é revelado a quem se dá ao trabalho de buscar conhecer e entender melhor.
Hoje, mais do que em qualquer dia da minha vida, me sinto segura. Não o tipo de segurança soberba que ofende, mas uma segurança sutil e firme que carrega em si a certeza que de tudo que eu poderia ser ou me tornar, desejo apenas ser Rávellyn e ter a vida que tenho. De todos os pedidos que poderia ter hoje, desejo apenas 'que Deus me ensine a contar os meus dias, pra que eu possa alcançar um coração sábio'. Pra uma estrela o tempo pode ser relativo, então só quero sentir a emoção de cada momento, acreditando que a estrada, assim como o céu, pode ser infinita e que na falta da falsa modéstia, o meu show tá só começando.

14/08/2011

A Garotinha do Papai

Esse fim de semana é cronologicamente marcante: aniversário da minha mãe no sábado e dia dos pais no domingo, entretanto, nos moldes da família moderna isso me gerou um impasse: passar o dia dos pais com o meu digníssimo consistiria em faltar ao aniversário da minha mãe, por questões espaço-temporais, enfim, coisas de física e pais divorciados, decidi adiar meu dia dos pais para o próximo fim de semana a fim de tentar curtir meu pai sem correria. Pode não significar muito pra muita gente, mas o dia dos pais diz bastante coisa a respeito da minha relação com meu pai. Dizem que pareço muito com minha mãe fisicamente, mas se a genética funciona mesmo, posso dizer que eu e meu pai nos parecemos assustadoramente no temperamento e personalidade, quando brigamos então, isso fica ainda mais notável. De fato, somos dois teimosos convictos.Lembro perfeitamente como o dia dos pais passou a ter um sentido absolutamente diferente após o divórcio dos meus pais. A primeira experiência foi chocante, eu estava absolutamente confusa e relutante em passar essa data com ele, no ano seguinte tive a experiência mais marcante e reveladora em relação ao meu pai, mesmo que muita coisa surpreendente ainda me espere no futuro da nossa relação, eu não tenho dúvida de que aquele dia dos pais vai ficar na minha lembrança pra sempre. A dor ainda não havia sarado absolutamente, entretanto foi na altura dos meus 13 anos, que percebi o quanto as pessoas são humanas e falhas, meu pai havia perdido o lugar de herói da minha infância, me levando a entender que a felicidade é um fardo pesado demais pra depositar sobre as costas de outra pessoa. No entanto, nada disso mudou minha profunda admiração pela pessoa guerreira que ele é e que mais do que ninguém, é meu parceiro número 1 em todos os meus desafios, desde feira de ciências e apresentação musical da escola até minhas crises existenciais e decisões sobre futuro profissional.Passar o dia de hoje longe dele me faz perceber que a vida sempre insiste em nos afastar das pessoas que amamos, porém nada me deixa mais feliz que saber que o meu pai ainda está vivo e por mais clichê que essa homenagem possa parecer,não vou perder a chance de dizer que amo o homem que deu vida aos meus sonhos mais absurdos e assim silenciosamente em prece pedir a Deus que me permita ainda viver muitas outras oportunidades de voar com esse "piloto veterano de guerra". Agora me dou conta é do fato de que sempre serei pra ele a menininha correndo na praia com biquini de babadinho, rindo pra vida mesmo dela sabendo quase nada. E diante de tudo isso confessar que de todos os títulos que posso chegar a possuir na vida, existe apenas um que não abro mão de forma alguma, é o de "garotinha do papai".

13/08/2011

Tarde demais, nascemos.

Parando pra pensar nas contribuições e problemáticas levantadas pela minha geração, cheguei a conclusão de que para a sociedade atual, a geração Z (é assim que a chamam) está associada a quase tudo que há de ruim no mundo.
Por mais que na maior parte do tempo me sinta absolutamente alheia a geração a qual pertenço, nada me impede de defendê-la, pra todos os efeitos, nascemos juntos, fazer o que? Nos jornais, os conect@dos aparecem geralmente associados a uma imagem extremamente arrogante, individualista e impaciente em relação aos seus antecessores. Talvez até o sejam, mas não em sua totalidade. E o que dizer do pós-modernismo? São alvos fáceis diante da proposta de desconstrução e o hiperestímulo como o vilão da vez faz-nos parecer verdadeiros retardados, alienados e passivos em relação ao mundo, ou ao menos em relação aos veteranos.
A história não precisa ser contada assim, por mais que eu acredite que Restart e bandinhas similares não nos sirva de cartão de visitas, não vou ser conivente com esse jogo permitindo que as gerações futuras me considere um buraco na história cultural do país e o meu pessimismo ainda não me consumiu a ponto de acreditar que o mundo não tem mais jeito e que a tendência é piorar. Se todos pensassem assim não teríamos ultrapassado a Idade Média, querer transformação significa sair da posição confortável de juíz e tornar-se um agente transformador de uma geração, seja ela qual for.
Se serve de argumento, minha geração tem contribuído contra a destruição descontrolada de recursos naturais não-renováveis, além de ser responsável por avanços tecnológicos e científicos eficazes, a exemplo as pesquisas com células tronco.
O que me cansa verdadeiramente é perceber a facilidade que as pessoas possuem em julgar e condenar umas as outras através de rótulos, canço em ouvir frases prontas como: "essa geração não tem música boa, cultura ou até mesmo amor ao próximo". Em todas as épocas encontramos pontos positivos e negativos, e isso ainda varia de acordo com o ponto de vista do observador. De fato não se pode esperar algo de significativo do futuro tendo um profundo e paralisante apresso ao passado e acreditando que nada de melhor pode vir a acontecer. O futuro é construído por um esforço individual que visa a coletividade. Tarde demais nascemos! E se depender de mim, muita coisa boa ainda está por vir.

07/08/2011

Insight

My gosts don't frighten me anymore,
The fear of the dark was so much
That I'd forgotten the way to ignite the light
So indecisive that I was
Unnoticed how much I got involved
And how my choices have led me to you.

I discovered that being grown-ups can be good
And that greatness always lived inside of me
Waiting for you.
To teach me that the freedom can be worth it.
My legs barely reach the ground,
But my hands seem to embrace the world.

You will always find a special place in me
And maybe one day you go back to the woman you met girl
In my memory, you will never change
But hope you see the girl in me
Inside the woman you one day find.

Mais Doida que Santa

Doidas e Santas é o livro da minha vida. Li e me identifiquei de um jeito que chega ser irritante. A Martha Medeiros escreve nele de um jeito que me sinto uma versão pocket dela. Ela escreveu tudo o que eu escrevo, sinto, falo, penso, reclamo, enfim, já sei quem eu vou ser quando crescer!
Ao assistir à peça, meus caros, tremi na base, chorei e tudo. O teatro torna tudo mais real e espetacular, minhas convicções tomaram mais força e nitidez, e o impacto que tudo isso teve em mim foi tão visível, que até um amigo que me acompanhou comentou o grau de semelhança entre mim e a personagem. Tô até com medo agora. Martha macumbeira, fica por aí contando minha vida...
Fato é que saí do teatro com aquela vontade enorme de ser feliz sabe, de não deixar nada pra amanhã, parar de me matar por tudo, fazer o que me der vontade, acreditar mais na felicidade mesmo acreditando cada vez menos nas pessoas. Sabe aquela vontade louca de dar voz às vontades mais insignificantes? Pois é, isso é tão bom... A vida fica tão mais colorida! Ah e os amigos... Tão bom conhecê-los e melhor ainda mantê-los.
Acabo de descobrir-me uma Doida completamente disposta a viver e talvez até menos santa do que deveria, porque é só vivendo as duas faces da história que se descobre o verdadeiro glamour da vida. Muitos morreram por exagerar na dose em relação a uma dessas vertentes, mas vai ser buscando o equilíbrio que vou vivendo e escrevendo a única história em que sou protagonista, e diga-se de passagem, digna de aplausos.

26/07/2011

Viva O Deixe Viver

Passando pela ponte um dia desses e vendo um anúncio de analgésico na traseira de um ônibus, lembrei do discurso de uma amiga que durante uma fase descontrolada da vida, tomava um coquetel de remédios ao acordar, dizia ela que era uma tentativa desesperada de se prevenir da gripe, cólica, dor de cabeça, enfim, qualquer tipo de mal. Não faço ideia de como é sofrer de síndrome do pânico, mas acredito que se tornar refém do mundo e principalmente de si mesmo deve ser algo altamente desagradável.

Esse episódio me levou a pensar no quanto buscamos nos prevenir de quase tudo que há no mundo. Pode parecer exagerado e até incoerente, mas é só perceber o quanto nos apavoramos quando algo foge do que consideramos ser "a nossa vida sobre nosso controle" pra que tal constatação se torne absolutamente legítima. No campo da saúde a obesidade é a vilã da vez, adoece, envelhece, entristece (porque é esteticamente incompatível com o que se considera saudável) e por fim, mas não menos importante, mata.

O que me assustou, no entanto, foi perceber que cada vez mais a prevenção assume o controle de nossas vidas no campo das emoções. Na tentativa de prevenir as perdas, não nos apegamos a ninguém, para prevenir a deslealdade, não contamos nossas vidas a ninguém, para prevenir até mesmo os acidentes que são imprevisíveis, fazemos seguros e vivemos tentando nos assegurar de que somos capazes de dar conta do mundo, de viver por nós mesmos e é nesse ínterim que deixamos de arriscar tudo por um quase nada que talvez valha à pena, deixando de sentir o sabor da adrenalina e da incerteza e mais que isso deixando de sentir o prazer de amar e viver na intensidade que a vida nos proporciona. É por medo de sofrer que nos tornamos reféns do medo.

Entristeci-me ao perceber que eu estou altamente incluída nesse “nós” acima mencionado e tremi por pensar num futuro ainda mais desprovido de vida e paixão, mas foi reconfortante saber que se me dispus a reconhecer-me neste contexto, estou habilitada a buscar reparar tal erro. Eu sei que a vida tem muitas tristezas pra me oferecer ainda, afinal ela tá só começando... (é o que eu espero né), mas se neste intervalo eu puder viver segundos inesquecivelmente felizes, poderei dizer que faria tudo de novo.

22/07/2011






















O mais assustador em um labirinto é saber que podemos nos acostumar a ele, e acomodados, desistir da missão de redescobrir o caminho da liberdade

Meus roteiros, meu destino

Tenho uma verdade reveladora a dizer: Férias é tudo, mas tudo de bom!! =) Tá, num é tão revelador assim, mas não deixa de ser uma verdade. Durante esses dias de folga, sentimo-nos absolutamente libertos de toda e qualquer obrigação, responsabilidade ou rotina. Acorda-se quando quer, dorme-se a hora que quiser e o mais importante, decide-se espontaneamente o que fazer nesse intervalo. É claro que isso funciona hipoteticamente com a maioria das pessoas, mas nessas férias decidi me recompensar por todas as noites mal dormidas do semestre, e principalmente os dias mal aproveitados por causa de provas, trabalhos e outras coisas igualmente entediantes.
Posso dizer que meu plano deu certo, já fui ao cinema várias vezes, festas, teatro, shows, restaurantes e ainda rola um espaço pra dar umas voltinhas na serra e no mar. No entanto, de todas essas experiências, o que mais me inspira é perceber o quanto aprendi nesse tempo, não só pelo fato de ter lido quase todos os livros que comprei e não li durante o semestre, mas o quanto pude me conhecer parando pra pensar mais em mim e além disso, o quanto pude perceber que não preciso acreditar nas verdades absolutas e irredutíveis que o mundo me apresenta, o mais legal da vida é que cada um pode decidir que caminho seguir, quais escolhas fazer, o problema é descobrir o que verdadeiramente queremos. No livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Caroll, ocorre um diálogo interessante entre a menina e o gato. Ela está perdida em um labirinto e ao encontrar o gato, pergunta desesperada qual o caminho pra sair dali, ele lhe pergunta aonde pretende chegar e ela diz não saber, então ele responde: De que adianta eu te mostrar a saída se você não sabe pra aonde quer chegar?
Isso serve pra mostrar que podemos até culpar a rotina ou o "destino" pela nossa insatisfação, mas se de fato estamos insatisfeitos, isso é fruto de uma negligência em relação ao melhor compromisso que podemos adquirir na vida, a responsabilidade pela nossa felicidade. Não precisaria ter ido a todos os lugares que fui pra chegar a essa conclusão, mas não quero ir a lugar algum antes de me comprometer absolutamente em buscar impreterivelmente ser o mais feliz possível. Se tivesse que escolher uma única recordação pra levar dessas férias, seria este momento, no qual percebo o quanto a verdade é não só esclarecedora, mas tem um poder inacreditavelmente libertador.

23/06/2011

Não consigo parar de viajar nem a base de muito filme (Parte 1)

Feriado, viagem adiada para o fim de semana e com esse friozinho optei por assistir a uma maratona de filmes enrolada no edredom... Aluguei filmes aleatóriamente, to tentando incorporar a ideia de que tenho mais a perder com a dúvida, que com uma possível escolha errada. E olha que acho que fiz boas escolhas hein! Assisti Cisne Negro (super recomendo, tudo bem q todo mundo já deve ter visto, mas pra quem curtiu Uma Mente Brilhante, vai amar esse) vi também Amor por Contrato (bem legal também, fala sobre a lógica de consumo e a publicidade exacerbada, meio exagerado, mas ainda assim legal), ah e Machete, to numa vibe meio cult e precisava alugar esse.
Mas pra ser bem sincera, sustento uma paixão secreta pelas comédias românticas, (tá, admito que tem umas beem fora da realidade) mas esse lance de final feliz é tão fofo, e alguém tem q se dar bem nessa jossa neh?! (Jossa?) Enfim, entre os outros trocentos filmes e seriados que assisti, de Friends a Dexter, um filme me chamou atenção pros conflitos que todo mundo tem a respeito de relacionamentos (pelo menos eu tenho): Amor sem escalas (que meu irmão não leia isso, pq ele diz que eu só gosto de filmes com amor no nome, mas o título original é Up in the Air)

Não consigo parar de viajar nem a base de muito filme (Parte 2)

Seria ridículo contar o filme a essa altura do campeonato, mas um diálogo me fez refletir sobre o que pode ser considerado eterno e casual numa relação e me compatibilizar com o conflito que se aloja na cabeça de uma das personagens: o medo de ficar sozinho. A conversa acontece entre uma garota recém formada e uma mulher mais madura.
"_ Às vezes parece que não importa o tamanho do meu sucesso, nada vai fazer sentido se não achar o cara certo (...) Não me importo em ser casada com a minha carreira, não espero que ela me abrace na cama antes de dormir, eu só não quero me acomodar.
_Você é muito nova ainda, agora está vendo isso como uma espécie de fracasso, mas na hora que achar a pessoa certa, não vai se sentir acomodada."
Parece tão simples, é só sentar e esperar... A paciência necessária pra entender o fluir da vida só vem com o passar dos anos, mas acredito que no fim das contas, o que todos buscamos saber é se somos de fato amados. A maturidade às vezes leva as pessoas a julgarem-se superiores, pra qualquer problema que eu enfrente, vai ter sempre alguém pra dizer o quanto tudo é banal devido a minha idade e inexperiência, mas sinceramente acho que esse é só um jeito de dizer que não sabem a real resposta. Até porque, quando se trata de relação afetiva é impossível saber como vai ser, não há garantia alguma em relação ao futuro, como posso saber se vou casar e ter filhos? tem gente que acha que por ter vivido mais, são verdadeiros oráculos sagrados e já sabem tudo a respeito da vida, mas o mundo me diz que quanto mais aprendemos, mais amplo fica o horizonte do desconhecido.
É óbvio que a solidão geralmente se apresenta como algo nocivo e até sufocante, não dá pra simplesmente disfarçar focando na carreira ou nos estudos e vamos combinar que tambpem não há principe encantado nesse mundo que afaste de nós a solidão por completo. Ela é congênita, nasceu e vai morrer conosco, é melhor aprender a lidar com ela.
Eu não tenho as respostas que a garota do filme espera, na verdade não possuo resposta nem pros meus próprios questionamentos, mas poderia dizer que como ela eu também aguardo pelo cara que me faça perder o fôlego e que mesmo por um segundo me faça pensar que o mundo é perfeito. Mas enquanto ele não chega, e infelizmente às vezes até duvido que ele exista... concentro-me em viver um dia de cada vez, da mais espontânea gargalhada ao choro contido,
carpe dien é o que há de melhor nessas horas, aliás em todas as horas. Por via das dúvidas, a vida tá só começando e nós somos responsáveis pelos maiores limites que existem no nosso caminho.

22/06/2011



Menina-Mulher? Prefiro a Mulher-Menina...

Às vezes sinto falta da menina que acreditava em príncipes, castelos e no tal do 'Felizes pra sempre', às vezes me falta aquele frio na barriga, que sentia quando tentava ir cada vez mais alto brincando de balanço, ali o mundo parecia pequeno a ponto de me permitir achar que poderia ser meu se simplesmente o quizesse. A felicidade morava a um brigadeiro de distância e o mundo sem dúvida era muito mais colorido e doce.
O tempo passa e as matrizes cinza vão ganhando espaço, o mundo dos adultos é cheio de responsabilidades e horários, antes meus problemas eram ter que dormir cedo e escovar os dentes toda hora pra evitar as cáries, hoje tem o tal do futuro profissional, os relacionamentos que sempre tem uma chance enorme de dar errado, o planejamento antes de cada passo, as preocupações com que os outros vão dizer... ah sinto falta de como me sentia o máximo tentando passar a noite acordada pra ver o raiar do sol, ou o quanto conseguia ficar eufórica com um passeio com os amigos da escola...
Me tranquilizo em saber que essa menina ainda mora em algum lugar aqui dentro, ela sempre sai do casulo quando consegue se desprender das toneladas de expectativas que depositam sobre ela, e principalmente das cobranças que ela mesma mantém. Quando isso acontece, me sinto possuidora de asas, o mundo volta a ser meu e deixo de desejar os aplausos ou as grandes conquistas, quando essa moleca toma conta de mim só desejo ser dona do meu próprio mundo, de fazer travessuras só pra me sentir um pouco mais humana e sinto uma paz que transcende a tudo.
Hoje me vejo assim, percebendo que a vida tem muito mais a me revelar do que responsabilidades, olho a minha volta e percebo que ser boazinha o tempo todo cansa, e que se for pra viver, que seja de verdade, com vontade, sem medo de ser feliz (pra sempre?) duvido! Mas prefiro acreditar nessa mentira do que passar a vida tentando construir castelos no que sobrou da verdade do mundo.

17/06/2011

Quer saber?! Parei.


Hoje, me vejo às seis da tarde, sentada sem ter absolutamente nada pra fazer. Logo eu, que nunca tenho tempo sobrando, me vejo aqui a ver navios, no caso, a ver as barcas atravessando a Baía de Guanabara. Vendo os carros resumidos a pontinhos de luz passando pela ponte Rio-Niterói e é aí que percebo o quanto me comporto como uma ratinha correndo na rodinha constantemente, achando sempre que estou quase lá. Quase onde mesmo?
O mundo cobra o máximo da gente o tempo todo e quando não aguentamos mais e as circunstâncias nos submetem a uma parada obrigatória, nos damos conta do quanto nos arriscamos cegamente em tentativas frustradas de atingir a perfeição, planejando folgas sempre pra mais tarde, chamando as responsabilidades sempre pra mais perto. Me satisfaço então por estar aqui, completamente impossibilitada de cumprir qualquer das minhas obrigações: estudar, arrumar, enfim, pensar. Não quero fazer da rotina minha senhora, não pretendo ser refém do medo de fracassar, quero romper com minhas expectativas e não mais pensar em nada que me prenda ou sufoque.
O que desejo hoje é não fazer planos a longo prazo, simplesmente sentir a noite que cai sobre mim dizendo que é só uma criança e que eu também não passo de uma criança pra querer bancar a adulta e carregar o mundo nas costas. O que eu desejo de verdade são noites bem dormidas, dias bem vividos e se não for pedir muito... fins de semana inesquecíveis. A vida é curta demais pra tantas perguntas, tantos medos, tanto pensar. Porque hoje, aah... hoje eu só quero que o dia termine bem ♪

11/06/2011

Valentine's day (é pois é...)


















Meu coração às vezes me diz que eu não preciso de muito pra me sentir feliz, na realidade, só preciso de amor: sentir-me amada e ter a quem amar. Minha razão, entretanto o contraria, mostrando-me uma série de conceitos, princípios e valores que por hora me parecem circundar a real felicidade, assim propondo-me sérios desafios e metas para atingir a auto-satisfação.
É difícil dizer que parte de mim possui maior grau de veracidade, uma vez que a cada oportunidade, alimento uma dessas vertentes dentro de mim, me auto-desqualificando enquanto juíza neste jogo. O que me conforta é saber que de modo inerente às incertezas que cercam o mistério da vida, uma única constatação se põe diante de mim a cada amanhecer: o desejo em não me tornar um ser conformado. Nao pretendo seguir as normas sempre, não quero agir o tempo todo conforme o esperado, luto todos os dias pra não me conformar com o mundo que me cerca e com as circunstâncias que a vida por meio do que chamam de "destino" coloca diante de mim.
Pode até ser que eu nunca descubra quem será o grande vencedor na guerra entre minha razão e emoção, mas quero possuir eternamente a convicção de que não passei pelo mundo como alguém absolutamente comum, afinal de contas não desejo estar certa sempre, o que eu quero é ser feliz!

18/05/2011

Um dia comum

Pelo sufrágio universal eu tenho direito ao voto. Quantas mulheres lutaram para que hoje eu tivesse a oportunidade de decidir o futuro do meu país? Quantas pessoas viveram em nome da diminuição das desigualdades sociais e eu ainda penso que o voto deveria ser algo voluntário, vota quem quiser e tiver plena consciência do que faz. Apesar de considerar que o mais importante realmente seja a consciência que cada um necessita se tratando de algo tão decisivo, me parece que estabelecer esse ato cívico como voluntário negligencia toda essa história de lutas e conquistas pelo que chamamos de democracia. Falar disso fora da época eleitoral soa tão estranho quanto vestir a camisa do Brasil fora do período de Copa do Mundo (qualquer ambiguidade não é mera coincidência), mas já que toquei no assunto, eu só espero que você não dê a causa do nosso país como perdida a ponto de desistir totalmente dela, a ponto de simplesmente esquecer o fato de que política é algo que deve fazer parte do nosso cotidiano, pois se a corrupção se enraizou no solo nacional, a minha esperança repousa em saber que você não será conivente com isso. Hoje é um dia absolutamente comum, acordaremos com os mesmos líderes amanhã, mas se ousarmos cobrar nossos direitos em dias comuns como esse, garanto que dias extraordinários virão.

12/01/2011

Meu destino é a auto-descoberta

Refletir sobre o comportamento humano me levou a algumas recentes conclusões, talvez óbvias, mas ainda assim, minhas. Pensei no que pode levar uma pessoa ao patamar de fracasso em relação a vida. Sem levar a coisa pro nível abstrato e subjetivo, como: passar pela vida sem realmente viver e blabla... passei a notar que as pessoas infelizes são necessariamente aquelas q não enxergam a verdade a respeito do mundo e de si mesmas.
A verdade é q motivos que nem sempre envolvem uma paixão doentia, por vezes nos levam a não enxergar coisas evidentes, ou pior, a relutarmo-nos a enxergá-las.
Pra pensar no q é necessário pra ser um fracasso é só pensarmos no qué preciso para obter sucesso. É preciso ter uma visão ampla e preferencialmente a médio e longo prazo, entender onde se quer chegar e estabelecer metas para alcançar o objetivo. Tudo bem q não é possível cumprir tais passos com facilidade em todas as áreas da vida, mas sem dúvidas, é possível estabelecer conquistas com base em princípios básicos assim. O fracasso consiste não necessariamente em inverter tais princípios, mas evidentemente no não cumprimento de tais passos. A decepção acontece geralmente quando ignoramos acontecimentos realmente relevantes e relutamos em buscar, entender e aplicar aquilo que sabemos a respeito de nós mesmos. Acredito, sem sombras de dúvidas, que descobrir quem verdadeiramente somos, (apesar da constante transformação), pode ser considerado o maior sucesso possível. Ao descobrir quem somos em essência, sentimo-nos mais confiantes e potencialmente fortes diante das demais adversidades e assim passamos a ter uma visão mais nítida do quão longe ainda poderemos chegar.