Não sei direito o que tá acontecendo, mas parece que todos os 7 bilhões de habitantes desse planeta resolveram implicar com a minha indecisão cotidiana. Assumo meus defeitos, não nego, melhoro quando der e realmente quiser. Assumo que essa fraqueza me incomoda às vezes e me faz demorar mais que a maioria pra comprar uma blusa ou um doce na padaria. Tá, mas daí me acusarem de sofrer de algo altamente prejudicial a minha felicidade... Calma aí, gente, acho legal vocês não ficarem em dúvida nunca, mas estão pecando por exagero na hora de me avaliar.
Acho muito legal perceber que tem tanta gente preocupada com a minha felicidade, mas por favor, não me recriminem tanto. Tô tão feliz, quando der eu paro pra pensar nesses ajustes que preciso fazer em mim mesma, ou uso esse tempo pra fazer rapel... ou pra aprender a surfar? Ah... na hora eu decido.
A verdade é que eu não gosto da ideia de escolher mal, mesmo sabendo que viver é sempre válido. Sei também que não sou indecisa em todos os campos da minha vida, se assim fosse seria incapaz de amarrar meu próprio sapato e não conseguiria pensar em um terço das coisas que escrevo aqui. O fato é que eu sou louca, pode mandar me internar, mas os normais são uns chatos.
Eu sou várias! Fico tonta com tantas mulheres dentro de mim, mas amo cada uma delas e minha felicidade está intimamente ligada a essa constatação. Se estivesse em um divã, me acusariam de personalidade múltipla, porque uma só é miserinha pra mim.
Tem a Rávellyn garotinha que às vezes se mete em cada furada por ser ingênua e inocente demais. Tem a Rávellyn mulherão, que quando aparece num furacão de autoconfiança faz o mundo tremer. Tem a Rávellyn mais introspectiva, que pensa demais na vida, esbarra em desconhecidos sem se dar conta por causa disso e deve ser a que escreve sempre no blog, mas que carrega o detalhe de ficar na dúvida na hora de comprar uma fatia de torta: morango com chocolate ao leite ou morango com brigadeiro e meio-amargo? Eis a questão.
Pra maioria das pessoas esses minutos que passo decidindo é tempo perdido, mas pra mim é o tempo que dedico pra fazer escolhas que podem tornar o meu dia mais feliz. Vai entender? Me sinto pior pegando a primeira coisa que vejo pela frente, parece que to fugindo da responsabilidade de escolher. Um suco de morango ao leite é melhor que o de laranja pra uma tarde entediante? Sei lá, mas saber que vou tomar AQUELE suco pode tornar essa tarde comum mais agradável.
Acredito que esse defeito não é assim tão prejudicial por uma única razão:
eu tenho certeza a respeito de um monte de coisas. Sei muito bem quem eu sou, embora também saiba que mudo o tempo todo e isso significa morrer tentando me entender. Posso ficar em dúvida sobre o que comer, o que vestir, qual maquiagem usar, mas me conheço o suficiente pra saber que na hora que a coisa aperta e preciso saber como agir, aparece uma Rávellyn surpreendente, eu gosto bastante dessa, não desmerecendo as outras, mas é justamente o seu fator "Imprevisibilidade" que torna a minha vida mais excitante.
Amo muito cada uma das pessoas que tornam a minha vida mais feliz, mas amo acima de tudo essas garotas, molecas, mulheres, senhoras (porquê não?) que tornam a minha existência algo único pro mundo, principalmente o meu.