22/09/2011

"Penso, logo existo". Isso nunca fez tanto sentido pra mim


Admito que minha rotina tem sido intensa e me feito subtrair significativamente meu tempo dedicado às minhas paixões: cantar e escrever. Só não me sinto completamente absorvida pela correria por um único motivo: ainda penso.
E penso nas horas menos prováveis. Enquanto a maior parte das pessoas dormem, ouvem música ou fazem as duas coisas simultâneamente dentro de um ônibus cheio a caminho do trabalho ou na volta pra casa na tentativa de recuperar a noite de sono perdida com a menor porção de conforto e privacidade, eu simplesmente acordo. Sinto que minha visão do mundo se amplia enquanto a percepção se aguça.
Nessas horas em que conheço por completo o etinerário do lado de fora da janela, concentro-me em desbravar florestas, trilhar desertos e sobrevoar os abismos que existem dentro de mim. Desconhecidos que são aos meus olhos, percebo-me como pisando em um terreno nunca antes visitado e isso é transformador.
Vai dizer que você acha que se conhece? Você pode saber qual o seu prato preferido, se prefere chuva ou sol, o que quer ser daqui a cinco anos, mas duvido que se conheça por completo. Se ainda pensa assim é porque ainda não pegou um ônibus lotado ou uma praia deserta pra pensar em si mesmo. Pois eu, por vezes tenho a nítida sensação de que não importa quantas viagens eu faça em direção ao meu 'desconhecido', sempre restará em mim a faísca de que restará algo pra uma próxima oportunidade. Afinal, eu não preciso de todas as respostas, o que eu quero é ser feliz.

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