14/08/2011

A Garotinha do Papai

Esse fim de semana é cronologicamente marcante: aniversário da minha mãe no sábado e dia dos pais no domingo, entretanto, nos moldes da família moderna isso me gerou um impasse: passar o dia dos pais com o meu digníssimo consistiria em faltar ao aniversário da minha mãe, por questões espaço-temporais, enfim, coisas de física e pais divorciados, decidi adiar meu dia dos pais para o próximo fim de semana a fim de tentar curtir meu pai sem correria. Pode não significar muito pra muita gente, mas o dia dos pais diz bastante coisa a respeito da minha relação com meu pai. Dizem que pareço muito com minha mãe fisicamente, mas se a genética funciona mesmo, posso dizer que eu e meu pai nos parecemos assustadoramente no temperamento e personalidade, quando brigamos então, isso fica ainda mais notável. De fato, somos dois teimosos convictos.Lembro perfeitamente como o dia dos pais passou a ter um sentido absolutamente diferente após o divórcio dos meus pais. A primeira experiência foi chocante, eu estava absolutamente confusa e relutante em passar essa data com ele, no ano seguinte tive a experiência mais marcante e reveladora em relação ao meu pai, mesmo que muita coisa surpreendente ainda me espere no futuro da nossa relação, eu não tenho dúvida de que aquele dia dos pais vai ficar na minha lembrança pra sempre. A dor ainda não havia sarado absolutamente, entretanto foi na altura dos meus 13 anos, que percebi o quanto as pessoas são humanas e falhas, meu pai havia perdido o lugar de herói da minha infância, me levando a entender que a felicidade é um fardo pesado demais pra depositar sobre as costas de outra pessoa. No entanto, nada disso mudou minha profunda admiração pela pessoa guerreira que ele é e que mais do que ninguém, é meu parceiro número 1 em todos os meus desafios, desde feira de ciências e apresentação musical da escola até minhas crises existenciais e decisões sobre futuro profissional.Passar o dia de hoje longe dele me faz perceber que a vida sempre insiste em nos afastar das pessoas que amamos, porém nada me deixa mais feliz que saber que o meu pai ainda está vivo e por mais clichê que essa homenagem possa parecer,não vou perder a chance de dizer que amo o homem que deu vida aos meus sonhos mais absurdos e assim silenciosamente em prece pedir a Deus que me permita ainda viver muitas outras oportunidades de voar com esse "piloto veterano de guerra". Agora me dou conta é do fato de que sempre serei pra ele a menininha correndo na praia com biquini de babadinho, rindo pra vida mesmo dela sabendo quase nada. E diante de tudo isso confessar que de todos os títulos que posso chegar a possuir na vida, existe apenas um que não abro mão de forma alguma, é o de "garotinha do papai".

Um comentário:

  1. Lindo texto, Rávellyn...vc sempre emocionando com suas palavras!
    Infelizmente...tive meu orkut excluído,no qual vc fazia parte dos meus amigos...rsrs..hoje tenho outro, mas não consegui te achar! Mas..sempre que posso,venho ver seus textos! Parabéns!!!

    ResponderExcluir