13/08/2011

Tarde demais, nascemos.

Parando pra pensar nas contribuições e problemáticas levantadas pela minha geração, cheguei a conclusão de que para a sociedade atual, a geração Z (é assim que a chamam) está associada a quase tudo que há de ruim no mundo.
Por mais que na maior parte do tempo me sinta absolutamente alheia a geração a qual pertenço, nada me impede de defendê-la, pra todos os efeitos, nascemos juntos, fazer o que? Nos jornais, os conect@dos aparecem geralmente associados a uma imagem extremamente arrogante, individualista e impaciente em relação aos seus antecessores. Talvez até o sejam, mas não em sua totalidade. E o que dizer do pós-modernismo? São alvos fáceis diante da proposta de desconstrução e o hiperestímulo como o vilão da vez faz-nos parecer verdadeiros retardados, alienados e passivos em relação ao mundo, ou ao menos em relação aos veteranos.
A história não precisa ser contada assim, por mais que eu acredite que Restart e bandinhas similares não nos sirva de cartão de visitas, não vou ser conivente com esse jogo permitindo que as gerações futuras me considere um buraco na história cultural do país e o meu pessimismo ainda não me consumiu a ponto de acreditar que o mundo não tem mais jeito e que a tendência é piorar. Se todos pensassem assim não teríamos ultrapassado a Idade Média, querer transformação significa sair da posição confortável de juíz e tornar-se um agente transformador de uma geração, seja ela qual for.
Se serve de argumento, minha geração tem contribuído contra a destruição descontrolada de recursos naturais não-renováveis, além de ser responsável por avanços tecnológicos e científicos eficazes, a exemplo as pesquisas com células tronco.
O que me cansa verdadeiramente é perceber a facilidade que as pessoas possuem em julgar e condenar umas as outras através de rótulos, canço em ouvir frases prontas como: "essa geração não tem música boa, cultura ou até mesmo amor ao próximo". Em todas as épocas encontramos pontos positivos e negativos, e isso ainda varia de acordo com o ponto de vista do observador. De fato não se pode esperar algo de significativo do futuro tendo um profundo e paralisante apresso ao passado e acreditando que nada de melhor pode vir a acontecer. O futuro é construído por um esforço individual que visa a coletividade. Tarde demais nascemos! E se depender de mim, muita coisa boa ainda está por vir.

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