23/06/2011

Não consigo parar de viajar nem a base de muito filme (Parte 2)

Seria ridículo contar o filme a essa altura do campeonato, mas um diálogo me fez refletir sobre o que pode ser considerado eterno e casual numa relação e me compatibilizar com o conflito que se aloja na cabeça de uma das personagens: o medo de ficar sozinho. A conversa acontece entre uma garota recém formada e uma mulher mais madura.
"_ Às vezes parece que não importa o tamanho do meu sucesso, nada vai fazer sentido se não achar o cara certo (...) Não me importo em ser casada com a minha carreira, não espero que ela me abrace na cama antes de dormir, eu só não quero me acomodar.
_Você é muito nova ainda, agora está vendo isso como uma espécie de fracasso, mas na hora que achar a pessoa certa, não vai se sentir acomodada."
Parece tão simples, é só sentar e esperar... A paciência necessária pra entender o fluir da vida só vem com o passar dos anos, mas acredito que no fim das contas, o que todos buscamos saber é se somos de fato amados. A maturidade às vezes leva as pessoas a julgarem-se superiores, pra qualquer problema que eu enfrente, vai ter sempre alguém pra dizer o quanto tudo é banal devido a minha idade e inexperiência, mas sinceramente acho que esse é só um jeito de dizer que não sabem a real resposta. Até porque, quando se trata de relação afetiva é impossível saber como vai ser, não há garantia alguma em relação ao futuro, como posso saber se vou casar e ter filhos? tem gente que acha que por ter vivido mais, são verdadeiros oráculos sagrados e já sabem tudo a respeito da vida, mas o mundo me diz que quanto mais aprendemos, mais amplo fica o horizonte do desconhecido.
É óbvio que a solidão geralmente se apresenta como algo nocivo e até sufocante, não dá pra simplesmente disfarçar focando na carreira ou nos estudos e vamos combinar que tambpem não há principe encantado nesse mundo que afaste de nós a solidão por completo. Ela é congênita, nasceu e vai morrer conosco, é melhor aprender a lidar com ela.
Eu não tenho as respostas que a garota do filme espera, na verdade não possuo resposta nem pros meus próprios questionamentos, mas poderia dizer que como ela eu também aguardo pelo cara que me faça perder o fôlego e que mesmo por um segundo me faça pensar que o mundo é perfeito. Mas enquanto ele não chega, e infelizmente às vezes até duvido que ele exista... concentro-me em viver um dia de cada vez, da mais espontânea gargalhada ao choro contido,
carpe dien é o que há de melhor nessas horas, aliás em todas as horas. Por via das dúvidas, a vida tá só começando e nós somos responsáveis pelos maiores limites que existem no nosso caminho.

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